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14 de setembro de 2011

Reminiscências de Maio

Reminiscências de Maio

Não foi por você que eu chorei noite passada
não foi essa ausência que me fez falta
é de mim que sinto saudades
é da minha vida, dos meus sonhos, das minhas certezas
foi lembrando do meu sorriso largo que eu pedi que volte
foi pensando nos meus planos fartos que eu derramei as lágrimas
foi entrando em uma dessas vielas do meu mundo que eu perdi o caminho
Não, não me faça mais perguntas
eu estou farta delas
farta da angústia que causa a falta de respostas
farta da cobrança em que me atiro por não saber mais o caminho
e eu não sei mesmo
mas é querendo não saber tanto que eu estou tentando agora
porque as minhas costas doem do peso de tantas perguntas
Eu não quero mais a dor que me descontrola os sentidos
mas essa ausência de sentimento é tão incomoda
esse exílio é tão extenso
e os espaços estão tão vazios
que eu me escondo quando escuto passos que não sejam os meus
e até questiono se um dia existiu alguém que ocupasse o vagão ao meu lado
porque o trem já parou em tantas estações
que eu me acostumei a seguir viagem sozinha
Pare!
Eu não quero mais andar tão depressa
desacelere esse trem porque está tudo rápido demais
e eu não posso perder essa vida, assim, aos pulos
aos trancos, derrubando barrancos
se a via é de mão única
me deixa, pelo menos, tentar diferente agora
 Parece tudo tão confuso
eu tenho um turbilhão de pensamentos dentro de mim
e todos querem sair ao mesmo tempo
sem ordem, sem rumo
esse livro inteiro que eu carrego no peito já quer nascer imenso
quer falar, andar e ganhar asas no primeiro mês
Eu quero ser amante, poeta, amada, amiga
quero ser mãe, filha, mulher, menina
eu quero ser borboleta e ter pouso certo na terra
quero ser mil, quero ser uma
eu quero ser tudo o que caiba em mim
mas no fundo, eu só quero ser feliz.

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